News Release 3366 : MACHADADA NO VINHO DO PORTO
Porto [Portugal], 16.02.2006, Semana 07, Quinta-Feira, 22:32 - [Crónica Digital] Edita-se nesta News Release, o texto de uma Crónica Digital, assinada por Luís Moreira.
MACHADADA NO VINHO DO PORTO
Não bebo vinho, aliás desde criança, nunca me habituei ao licor dos deuses, segundo alguns assim gostam de chamar ao vinho. No entanto, por não ter sido habituado a beber vinho, não deixo de gostar e de me apaixonar pelo maravilhoso mundo e história do Port Wine, como gosto de referir. Aliás, paixão essa, me fez criar a PORT'S PARADISE há anos atrás (agora integrada na TPDJ), para via web, levar ao conhecimento de quem o deseja, mais elementos e histórias relacionadas com o vinho do Porto.
Tudo isto vem a propósito, da autorização que a Comissão Europeia deu à África do Sul, no sentido de poder utilizar os termos Tawny, Ruby e Vintage, a certos vinhos deste país africano (ou outros que fossem), como por exemplo vinhos de mesa, claramente inferiores e diferentes.
Ora, durante séculos, estes termos foram só atribuídos ao vinho do Porto e daí lhe adveio prestígio e glória, por isso, agora qualquer pessoa pode, em engano, comprar uma mistela de vinhos, e ver lá um vintage, pensando que é o genuíno PORT VINTAGE. Aliás, quando entrevistei para essa minha página (PORT'S PARADISE), figuras como por exemplo o Eng. Jorge Monteiro, ou Dirk Niepoort, ambos me revalaram as suas preocupações, com esses abusos que sempre aconteceram em termos internacionais, no que toca ao uso das denominações e termos relativos ao vinho do Porto.
Tanto se bateu o IVDP, e agora, pese os esforços do governo português, mais uma machadada se dá, num vinho que é de reis, num vinho que foi estabelecido como o melhor vinho do mundo pelos de fora, é pena e muito triste, que as suas designações possam ser usadas por outros, que em nada se lhe podem comparar, acarretando prejuízos e um autêntico banalizar destas designações.
Por exemplo, se um dia uma revista ou numa montra de uma loja, em qualquer lugar que seja, e vir por exemplo lado a lado um vintage sul-africano e ver um Quinta do Vesúvio Vintage Port, sei que o primeiro é um milhão de vezes falso, imensamente FALSO, e que o Vesúvio, esse sim é genuíno, feito nas escarpas do Douro Superior, em chão que foi de Dª Antónia Adelaide Ferreira. Simplesmente lugares e nomes míticos, como outros vintages também o são. Enfim, mais uma machadada no Vinho do Porto se dá, e não tinha que ser assim.
Luís Moreira é empresário* e Autor e Director de THE PORTUGAL DIGITAL JOURNAL e assina esta crónica de modo ocasional.
Luís Moreira
http://tpdjournal.blogspot.com
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