News Release 4277 : BISPOS IBÉRICOS DEFENDEM DIREITO DO EMBRIÃO À VIDA

Porto [Portugal], 19.04.2006, Semana 16, Quarta-Feira, 19:21 - [Religião / Igreja Católica] Reunidas em Fátima a 18 e 19 de Abril, as Presidências das Conferências Episcopais de Portugal (CEP) e de Espanha reflectiram sobre os problemas e os projectos sociais e pastorais coincidentes aos dois países. Ponto comum aos dois episcopados é a defesa do embrião humano como ser com direitos e não como “embrião-objecto”.
Em conferência de Imprensa, no final do Encontro, o Secretário-geral da CEE, P. Juan António Martinez Camino, sublinhou que a Igreja é desfavorável à reprodução humana artificial porque “vai contra o direito fundamental à vida”. A Igreja não concorda com a concepção do embrião “como objecto e não como um ser com direitos inalienáveis”.
Estando Portugal e Espanha a aguardar lei relativa a esta matéria, o Porta-voz da CEE considera que as normas propostas, e em análise, “não estão pensadas do ponto das crianças produzidas em laboratório, mas do ponto de vista dos laboratórios”.
“Não é um problema de ética sexual, mas um problema de justiça inter-geracional, das relações entre pais e filhos e entre irmãos”, frisa o P. Juan António Camino, vincando que o que está em causa é “uma quebra das relações de paternidade, maternidade e fraternidade”, o que a Igreja não aceita.
O Comunicado Final refere que durante o Encontro em Fátima foram partilhados documentos e argumentos éticos sobre esta questão, “para estabelecer limites e denunciar práticas injustas que as leis facultarão”.



Com planos pastorais coincidentes, sob o tema da transmissão da fé, os episcopados reconhecem problemas similares aos dois países e daí a necessidade e a oportunidade destas reuniões, para a reflexão e concertação de estratégias.
Outros temas analisados durante estes dois dias foram a situação doutrinal da Igreja, as leis sobre a Educação, o financiamento da Igreja e o V Encontro Mundial das Famílias em Valência (Espanha), no qual irá estar presente uma representação do Episcopado português.
Sobre os valores da família e do matrimónio, os responsáveis pela Igreja na Península Ibérica consideram que a recente legislação aprovada em Espanha sobre o matrimónio é uma “agressão cultural ao conceito de matrimónio”, exigindo, por isso, à Igreja “um trabalho pastoral de esclarecimento fundamental da perspectiva cristã e uma clara defesa da verdade da natureza humana”.

Nota: Pela foto, agradecimento ao Santuário de Fátima.


Luís Moreira

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